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O efeito da pandemia nas crianças

Atualizado: 1 de jul. de 2021

2020, um ano muito diferente, ano de reclusão, de ausência de contato, de adaptações de todos os lados. As crianças, de repente, precisaram ficar em casa, sem sair, sem ver os parentes ou amigos. A escola foi a primeira a fechar e a última a abrir (aqui ainda não abriu).

A rotina de todos, foi absurdamente, transformada e tudo que fluía bem, virou de ponta cabeça. A incerteza dos próximos dias e o medo do vírus foi refletido nas nossas crianças.



Eu que sou a louca da rotina, no inicio da pandemia, me vi perdida e fazendo coisas que não gosto, como por exemplo, deixar assistir tv e comer doce todos os dias.

Dentro do possível, tentava fazer atividades pra entretê-lo e sair com o Nico para passear e respirar ar puro. Quando ele encontrava outra criança, eles se mantinham afastados e sorriam distantes um pro outro.

Porém, com o passar do tempo, comecei a percebê-lo irritado, as brincadeiras, mesmo dentro de casa, estavam difíceis, tinha que ser do jeito dele, não queria dar voltas fora, ele estava com medo do contato de outras crianças e se via alguém, não queria nem falar oi, ficou ainda mais tímido e o que mais me assustou, foi que ele ficou agressivo, uma característica que nunca foi dele. Foi aí que me dei conta do quanto essa pandemia estava modificando meu filho. Ele estava com dois anos, na época de maior egocentrismo e só podia brincar comigo.



A frase que me ecoou na cabeça durante todo esse tempo foi, "ele só vai ter 7 anos de infância", imagina o estrago que a reclusão está fazendo nas nossas crianças, se pensarmos que 1 ano inteiro delas está sendo assim.


Aos poucos fui ajustando a "nova" rotina e entrando nos eixos novamente. A tv deixou de ser a minha bengala e o doce só está liberado nos dias de folga do papai. Começamos a sair mais pra passear e me obriguei a relaxar um pouco mais e permiti-lo brincar com outras crianças pra saúde mental dele e minha também. Ele perdeu o comportamento agressivo e voltou a ser meu menino doce, pra completar ainda ganhou um irmão, que tem sido seu super companheiro. A chegada do Arthur foi o raio de sol em meio a tempestade.




Ano que vem ainda teremos um ano de muitas adaptações, pode ser que a escola volte, pode ser que não. Se voltar quais os riscos de ir a aula e quais os riscos de ficar em casa. Enfim precisamos pesar o saudável, prudente, necessário. Cada um sabe da sua realidade, conhece o seu filho e sabe onde o calo aperta.


Em época de pandemia e tempos muito doidos, deixa de existir o certo e errado, existe o que faz bem a sua família e tomadas as decisões devemos ficar em paz com elas.




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